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O Protocolo de Cooperação estabelecido entre a Fundação Dr. José Lourenço Júnior com a Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra e o Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental, dá passos concretos e muito promissores!

Esta parceria, sendo firmada com uma das mais prestigiadas instituições académicas do país — reconhecida pela excelência do ensino e da investigação que produz, bem como pela dimensão relacional e humanista que cultiva — representa para a Fundação uma oportunidade de exceção para a construção de pontes de colaboração científica nas áreas da Psicologia, Ciências da Educação e Serviço Social.

Nesta perspetiva, foi apresentado no Encontro da Sociedade Portuguesa de Neuropsicologia, em Coimbra no dia 21 de março de 2025, um poster científico que ilustra os primeiros resultados das intervenções centradas numa abordagem inovadora de estimulação multissensorial dirigida a pessoas com demência moderada a severa, que decorreram no Jardim Sensorial e na sala Multissensorial Snoezelen, no Lar Otília Lourenço.

Através de um estudo de caso, — a residente “D. M.”, com diagnóstico de Alzheimer em fase moderada a severa — revelou ganhos significativos em bem-estar emocional, redução da ansiedade e ligação ao ambiente natural. A intervenção segue a abordagem Snoezelen e utiliza estímulos sensoriais controlados (visuais, auditivos, olfativos, táteis, vestibulares e proprioceptivos), favorecendo a ativação cognitiva, a diminuição da agitação e a promoção de emoções positivas.

Estes resultados sustentam o potencial dos Jardins Sensoriais e da abordagem Snoezelen como estratégias terapêuticas eficazes e não farmacológicas no contexto dos cuidados a pessoas institucionalizadas, com demência, mesmo em fases avançadas da doença.

Este estudo de caso fornece evidência de que pessoas com doença de Alzheimer em estádio moderado a severo podem beneficiar destas abordagens. De acordo com a Dr Rita Silva, psicóloga e responsável pela implementação da abordagem multissensorial no lar Otilia lourenço “Este facto é particularmente relevante, dado que estes indivíduos apresentam, frequentemente, défices cognitivos e comportamentais mais acentuados. Os resultados sugerem que, mesmo em fases avançadas da doença, a estimulação sensorial pode desencadear respostas positivas e melhorar a qualidade de vida”.

O estudo continuará durante este ano, com amostras de maior dimensão por forma a validar esta abordagem. Este é mais um passo na aposta em cuidados inovadores, baseados em evidência científica e com foco na qualidade de vida.

A Fundação reforça assim o seu compromisso com a inovação social e com práticas de cuidado baseadas na evidência científica.